Vamos virar a página
Depois de vários e longos meses de debates, discussões sobre alianças, propagandas, reportagens, horário político gratuito, por rádio e televisão, votação em primeiro e segundo turnos, chegamos ao final de mais uma eleição, não apenas para a escolha de um novo presidente, mas, também de governadores e membros dos poderes legislativos federal e estaduais.
Encerrado o pleito, e, apresentados os seus resultados, ponderações há a serem feitas, notadamente a respeito de uma das palavras mais utilizadas nas campanhas, por todos os candidatos, quaisquer que fossem os cargos pleiteados.
E é interessante notar que, mesmo os candidatos que representavam a chamada situação apegaram-se a essa palavra como lema de campanha. Ficamos, então diante de um vocábulo mágico, conhecido como “mudança”!
Mais interessante, ainda, é relembrar que, em nenhum momento surgiu alguém que dissesse não a ela. Todas as pessoas, candidatos e eleitores, sempre estiveram de acordo em que a mudança era necessária.
Vários significados serão encontrados, nos dicionários, para o verbete aqui realçado; entretanto, o que mais se encaixa no tema político, é aquele que se exprime como “modificação do estado normal de algo”, e, no caso do nosso país, sugere o entendimento no sentido de que os rumos políticos devem ser alterados.
Assim encarada a posição dos envolvidos, de qualquer forma, no grande processo eleitoral que acabamos de vivenciar, não se poderá interpretar que o caminho seguido por nosso primeiro mandatário, nos últimos anos, foi equivocado, mesmo porque a mudança, ou desvio, nem sempre há de ocorrer para corrigir um percurso errôneo senão porque, às vezes, podem surgir alternativas melhores.
O que é certo, porém, diante do que foi propalado pelos candidatos, e prometido reiteradamente, é que mudanças deveriam ser feitas, fosse a vitória da situação ou da oposição e nós, eleitores, sempre tivemos o otimismo de entender que essas alterações de rumos viriam para benefício de todos nós, brasileiros, bem como para a nação, de um modo geral.
Abertas as urnas e tornada pública a vontade popular, já se pode reconhecer que alguma mudança, no panorama político nacional, se verificou, desde logo demonstrada, na fase do primeiro turno.
Estamos falando da substancial modificação na composição das duas casas do poder legislativo federal, com a conquista de maior número de cadeiras pelos partidos reconhecidos como de oposição ao atual governo, e de apoio ao novo presidente eleito.
Isso não implica aceitar que as mudanças propostas por quem venceu o pleito serão efetivamente feitas, nem, muito menos, que elas se consumarão em curtos lapsos temporais.
Mas, o que vale ser citado como mudança, da maior relevância, e já acontecida, que o final das eleições registrou um fato histórico: que foi a vitória alcançada por um candidato de origem completamente diferente de todos os outros que conseguiram chegar ao galardão de primeiro mandatário da nação.
O Brasil, efetivamente, mudou sua história ao eleger como presidente da república, alguém que se destacou como humilde operário, esforçado, inteligente e capaz, e, o que é mais importante, reconhecido como tal pelo povo que o escolheu, livremente, para cuidar do destino da nação.
Desejamos esperançosos que as atitudes do Presidente eleito sejam pautadas por princípios éticos e morais, cercando-se de técnicos capazes e experimentados, objetivando a melhoria da qualidade de vida dos homens e mulheres de bem deste País.
Nós sabemos que todas as decisões tomadas por um governante, nunca são unanimemente aceitas, todavia devem preencher alguns requisitos como: serem de interesse coletivo, visar o bem comum, propiciar igualdade de oportunidades a todos, respeitando e mantendo a harmonia dos poderes, entre outras.
Então que venham as mudanças, e tenham certeza, com as sugestões, a participação e fiscalização do povo brasileiro, serão mudanças benéficas para nosso povo.
Vamos participar para poder criticar, e também comemorar quando tais transformações ocorrerem por conta da nossa participação, assim também sentiremos orgulho por ter dado nossa contribuição, o Brasil é de todos nós. Elegemos um condutor, todavia, o Brasil é e será sempre do seu povo. É o povo que constrói a história de seu País.
Tunico Vieira
01/11/2002