As sacolinhas estão de volta
Ao contrário do que se esperava, a polêmica das sacolas plásticas de supermercado voltou à tona na última semana. Retiradas de cena em abril, elas voltaram a circular no Estado de São Paulo, por uma decisão judicial.
Após muita reclamação, o consumidor, que já estava começando a se acostumar, ficou confuso.
A explicação para a volta das sacolinhas é que a população estava sendo onerada, pois pagava pela embalagem, cujo custo estava embutido nos preços dos produtos, e ainda precisava pagar pelo saco de lixo para descartar o lixo doméstico – fato que não foi pensado, muito menos solucionado.
Entra aí o conceito de sustentabilidade, já discutido em artigos anteriores. O desafio é muito maior que sumir com as sacolas plásticas: é necessário ajustar o desenvolvimento econômico e tecnológico com a proteção ao meio ambiente.
A população precisa, assim, de alternativas para colaborar com a sustentabilidade, como, por exemplo, ver solucionado onde armazenar o lixo doméstico.
Acredito que a solução para esse impasse esteja em duas vertentes: EDUCAÇÃO e RECICLAGEM.
Uma pesquisa feita pelo governo britânico entre 2005 e 2007, mas divulgada no Brasil há cerca de um mês, aponta que o polietileno de alta densidade, utilizado nas sacolas plásticas, causa menos impacto ambiental do que as matérias-primas das ecobags, que na maioria das vezes é o algodão.
As sacolas plásticas são 100% recicláveis e consomem menos energia no processo de fabricação, consequentemente emitem menos poluentes.
Elas também constituem um fator primordial para a saúde pública, pois impedem, em alguns casos de lixos específicos, que os resíduos contaminem o ambiente.
Assim, tudo depende do uso, da consciência de cada um, e principalmente de ações governamentais que apresentem soluções, como a reciclagem, e invistam na educação ambiental. Caso contrário, voltaremos sempre à estaca zero.
Tunico Vieira
Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo