Falta identidade
Nesta semana, assistimos pela TV a um caso de polícia envolvendo crianças. As cenas de violência e abandono indignaram a todos, e levaram, mais uma vez, ao questionamento sobre a sociedade em que vivemos.
Pobreza e falta de estrutura familiar são os primeiros problemas a serem levantados, mas eu apontaria ainda outro: identidade cultural. Não aquela trabalhada na escola, em forma de instrução e formação, mas aquela que deveria ser aprendida em casa, como elemento de sustentação familiar, a partir de dois simples questionamentos: de onde viemos e para onde vamos?
Coincidentemente, em agosto, comemora-se o mês do folclore. O termo vem do inglês folk, que quer dizer povo, nação, família; e lore, que significa conhecimento, saber. Portanto, folk-lore ou folclore quer dizer a ciência ou sabedoria popular.
Todos os povos possuem seus costumes e suas tradições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.
Atualmente, o folclorismo é reconhecido como uma ciência, e a cultura popular é considerada patrimônio histórico e artístico protegido pela UNESCO, pois, de acordo com a organização, representa a identidade social do povo brasileiro.
Segundo a pesquisadora Claudia Maria Assis Rocha, folclore é a história construída pelos anseios, aspirações e esperanças de um povo. É uma linguagem que busca a sua verdade na identificação da cidadania.
Casos como o ocorrido com aquelas crianças nessa semana nos faz refletir sobre descrição dada pela pesquisadora. Nos faz pensar sobre nossas raízes e nossa identidade enquanto parte da atual sociedade. E nos deixa de olhares perdidos enquanto nos perguntamos: quais nossos anseios, nossas aspirações, nossas esperanças? Para onde realmente estamos indo?
Tunico Vieira
Tunico Vieira é professor da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo