Observar, refletir, participar

Pela primeira vez, após 20 anos de vida pública, não estou disputando as eleições.

Esta foi uma opção minha, e como sempre digo, uma forma importante para ver o processo de fora e enxergar o lado do eleitor.

Vida política não é emprego, e às vezes precisamos de um tempo para observar e refletir, pois sem isso não conseguimos promover a renovação de nossas ações.

Mas algo está me preocupando muito este ano: percebo que as pessoas estão extremamente desinteressadas. Há pouca participação popular nos debates formais, promovidos por instituições e meios de comunicação da região. Tampouco tenho ouvido o assunto nas rodas de conversa informais.

Por mais que a classe política tenha trabalhado, e até exagerado, tentando “mostrar sua cara” por meio de panfletos, visitas, carros de som etc., a população se apresenta cada vez mais apática quando o assunto é eleição.

Até entendo a revolta. São muitas as decepções ao longo da história política de nosso país.

Mas isso não pode impedir as pessoas de bem de ingressarem na política e, principalmente, na gestão pública. E mais: não pode impedir de deixarmos que elas entrem, por meio de nosso voto de confiança.

Temos que nos preocupar com a renovação das pessoas que cuidarão da coisa pública. Senão, daqui a pouco tempo, não haverá indivíduos competentes para administrar nossas cidades.

Para isso, precisamos observar, refletir, debater. E isso demanda tempo, não pode ser deixado para em cima da hora.

É imprescindível escolher indivíduos bem preparados para administrar.

Se usarmos a razão, veremos que a chance da ocorrência da prestação de um mau serviço por parte de uma gestão mal escolhida é cada vez maior.

Assim, minha preocupação é que, pelo descaso ou descuido, sejam escolhidos os piores, e não haja renovação.

Que façamos, pois,  exercícios maiores, pensando em nós mesmos e em nossos familiares.

Afinal, somos peças essenciais da coletividade, e temos a chave para abrir a porta do desenvolvimento e do bem-estar social: o voto.

Coragem: não é hora de esmorecer. É nosso dever participar.

Tunico Vieira

Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo