Prefeitos participam da Rio+20

O mundo anda mais assustado do que nunca com as catástrofes naturais que ocorrem por todos os cantos. No Brasil, ainda poupado de grandes terremotos, tsunamis e furacões (apesar que já tivemos um em Santa Catarina), mudamos nossas rotinas quando a meteorologia indica temporais.

Os mesmos que se preocupam com essas situações olham sempre com ansiedade quando os países se reúnem para decidir medidas pró-natureza. Como é o caso da reunião do Rio+20, ocorrida esta semana.

Se não avançamos como gostaríamos nas negociações, pelo menos alguns casos precisam ser apontados como positivos. Como, por exemplo, o documento divulgado pelos prefeitos das 60 maiores cidades do mundo (grupo conhecido como C40) e que estabelece uma redução de 1,3 bilhão de toneladas de gases responsáveis pelo efeito estufa até 2030.

Isso pode significar, ao chegar nesta data, uma quantidade de poluentes 45% menor do que o previsto atualmente.

É bom deixar claro que os prefeitos dessas cidades, entre elas Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro, apenas assinaram uma carta de intenções e não um tratado com legislação internacional.

Porém, essa é a linha de pensamento que já defendi em vários artigos. Decisões devem ser tomadas pelos governos federais e estaduais, sim. Mas as pessoas vivem nas cidades, e aqueles que as administram não podem se esquivar dos problemas.

Os prefeitos precisam tomar as iniciativas para diminuir a quantidade de poluição, aumentar as áreas verdes etc. As ideias precisam partir do lugar onde moramos e depois, se necessário, buscar o apoio das esferas superiores.

Afinal, se alguém for perder a guerra contra o aquecimento global, podem ter certeza de que seremos nós. Pois a natureza se revitaliza. O que o homem predador destrói, ela reconstrói.

Seria  “desumano” atribuir à natureza o poder de destruição. Quem destrói é o ser humano, em sua ânsia de querer controlar e modificar o espaço sem respeitar os ciclos naturais e sem medir as consequências.

A natureza apenas reage. É a forma de continuar um diálogo, a cada dia mais desgastado pelo homem. É uma sufocante e contínua tentativa de “discutir a relação”. Já é hora de entrarmos num acordo.

Tunico Vieira

Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo