Salvem o folclore!
No domingo passado assistimos pela TV ao fechamento de uma belíssima Olimpíada, com oito minutos dedicados ao Brasil, país sede dos próximos Jogos.
Em uma pequena parte do show londrino, nos apresentamos com muito bom gosto e parece que causamos uma ótima impressão.
Ouviu-se de comentaristas que embora fosse quase impossível apresentar a riqueza da cultura brasileira em tão pouco tempo, havíamos conseguido fazê-lo com maestria.
Coincidentemente, neste mês de agosto, comemoramos o folclore. O termo vem do próprio inglês: folk, que quer dizer povo, nação, família; e lore, que significa conhecimento, saber. Portanto, folk-lore ou folclore quer dizer a ciência ou sabedoria popular.
Todos os povos possuem seus costumes e suas tradições, que se transmitem através de lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo.
Mas atualmente, embora o folclorismo seja reconhecido como uma ciência e a cultura popular considerada patrimônio histórico e artístico protegido pela UNESCO, pouco temos cuidado dele.
De geração a geração, os provérbios se perdem, as canções ficam cada vez mais desconhecidas e as brincadeiras infantis vão se limitando à TV, computador e vídeo game.
Já nas escolas, onde, nesta época, participávamos do auge das produções artísticas e literárias do ano, pouco se fala sobre o assunto.
Segundo a pesquisadora Claudia Maria Assis Rocha, folclore é a história construída pelos anseios, aspirações e esperanças de um povo. É uma linguagem que busca a sua verdade na identificação da cidadania.
Fomos, sim, pronta e belissimamente identificados no fechamento dos Jogos Olímpicos de Londres. Mas se continuarmos a cultivar tão pouco nosso folclore, corremos o risco de perder o colorido, a graça e até a marca de sermos brasileiros.
Tunico Vieira
Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo.