Soluções Internacionais
Nos mesmos dias em que aconteciam as disputas finais pela Copa do Mundo de Futebol em países do extremo oriente, para onde se achavam voltados os interesses gerais, acontecia, bem distante dali, em cidade pacata, pequena e tranqüila, uma reunião internacional envolvendo nações de uma parte do planeta, a propósito de questões muito mais importantes do que meras disputas esportivas.
Estamos nos referindo a uma reunião realizada na cidade de Mérida, situada na península de Yucatán, região sul do México, onde seu presidente Vicente Fox comandava uma série de conversações e trabalhos, orientados no sentido de trazer melhores condições de vida para os povos não apenas do sul do país asteca, como também para todas as nações da América Central.
Presentes se achavam os governadores dos Estados da zona sul do México, bem como os presidentes dos países do setor centro-americano. Além dessas ilustres e respeitáveis autoridades, compareceram representantes de entidades provadas de grande importância, além de outras, de investimento e financeiras.
O grande objetivo do certame, claramente definido pelo presidente Fox, era uma forma de trazer investimentos para a região, de modo a facilitar o intercâmbio das atividades entre os povos, sem que houvesse entre eles qualquer distinção ou superioridade.
Entre as necessidades a serem atendidas foram destacadas: a construção de rodovias, integrando de forma efetiva toda a região, distribuição mais ampla de energia elétrica, a ponto de poder atender toda a área, bem como multiplicar a rede de comunicações.
Não deixou de ser mencionada a necessidade de serem agilizados os entraves burocráticos resultantes das barreiras alfandegárias, prejudiciais ao desenvolvimento das relações entre os países, que não possuem vasta extensão territorial, por isso estando bem próximos uns dos outros.
Um exemplo interessante de um relato feito por um comerciante da Guatemala, merece citação: sendo grande produtor no ramo de panificação, disse o empresário que vem comercializando bastante quantidade de pão, que exporta para os países vizinhos, e, logicamente, trata-se de artigo de produção e consumo diário.
Mas, entende ele que fica prejudicado em sua atividade porque o seu produto, todos os dias, sofre atraso na remessa, em conseqüência da falta de agilidade nas alfândegas. Ele, evidentemente, não está se negando ao tributo que deve pagar; o que lhe causa aborrecimento é o fato de seu pão não poder chegar, tão cedo como seria de desejar, aos consumidores de além fronteiras.
Como se vê, são problemas como esse, cuja solução interessa a todos, que podem ser resolvidos sem maiores complicações, desde que haja boa vontade de todos os interessados, sejam pessoas das empresas privadas, seja, as autoridades governamentais.
Os esforços em busca de soluções para a melhoria de vida das populações que não fazem parte do chamado primeiro mundo, são sempre válidos e reuniões do molde dessa aqui mencionada, podem ser sempre ocasião de surgimento de novas idéias, pois ter novas sempre foi apanágio da inteligência humana, muito embora alguns especialistas, espectadores do evento já tenham antecipado o insucesso das tentativas do presidente mexicano.
De qualquer forma, não se pode deixar de notar a grande diferença que existe entre este certame e a Copa, recentemente encerrada no Japão: enquanto no extremo oriente houve somente um vencedor, e não poderia haver mais de um, em Mérida pode ter sido escolhido um caminho que leve ao sucesso todas as entidades envolvidas, que poderão ser consideradas vencedoras, uma vez alcançado o objetivo de melhoria de vida para as populações da região centro-americana.
Tunico Vieira
23 de agosto de 2002