Título de cidadão – uma forma de reconhecimento
O conceito de cidadão está ligado ao de cidadania. Embora tais conceitos foram criados há muito tempo, na Grécia, pouco mudaram em relação à concepção que temos hoje. O que foi acrescentado diz respeito à quantidade de pessoas que possuem esse status: todos temos direitos e deveres, diferentemente daquela época, em que só os detentores de terra ou membros de famílias ricas eram considerados cidadãos.
Mas o enfoque dado à cidadania, no tempo presente, diz muito mais respeito aos deveres de cada um. O indivíduo tem de ser consciente das suas responsabilidades enquanto parte integrante da coletividade, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua contribuição. Somente assim se chega ao bem comum.
Dentro desse contexto, encontramos, então, pessoas que se dedicam a cuidar daquilo que é público, contribuindo com o bem-estar social e, portanto, dignos de nossos aplausos.
Uma forma de demonstrar nossa gratidão a essas pessoas é a concessão dos títulos de cidadão. Eles surgiram na época de Roma, e serviam para manter auto-estima e prestigiar pessoas praticantes de atos de bravura, ou que realizavam atividades importantes, mas não tinham nascido em Roma.
Recentemente, tive a oportunidade de conceder, na Câmara de São Bernardo, títulos de cidadão a duas pessoas que muito se dedicaram ao município. A primeira foi a professora de ballet Manon Freire Giorgi, que se mudou para a cidade em 1970, e desde então contribuiu lindamente com a dança e a cultura da região.
Depois foi a vez de Eduardo Domingos Bottalo, advogado, ex-juiz do TRE, ex-professor e diretor da Faculdade de Direito São Bernardo, homenageado pelos anos dedicados à autarquia e ao ensino superior.
Todos nós estamos de passagem, mas os nossos atos podem durar por toda a eternidade. E quando esses atos são dignos de serem lembrados e relembrados, seus realizadores devem ser homenageados sempre.
Tunico Vieira
Tunico Vieira é professor da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo