Vale a pena refletir
O Carnaval passou e chegou a Quaresma, período respeitado principalmente por católicos, que tem como objetivos centrais a reflexão, a penitência e a caridade.
Muitos são os símbolos que envolvem a Quaresma. Para começar, a Quarta-feira logo após o fim da folia é de cinzas, material citado em vários trechos da Bíblia como o símbolo do arrependimento a tudo aquilo que não condiz com os preceitos cristãos.
Os 40 dias também têm raízes em outros acontecimentos bíblicos, como os 40 dias da passagem do dilúvio, os 40 anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, os 40 dias de Moisés e de Elias na montanha, os 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, entre outros.
O roxo colore a vestimenta dos sacerdotes neste período, retratando a penitência. Ao contrário do que muitos pensam, a cor não representa o luto, mas o preparo espiritual para a festa de Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
Nesta época, as quaresmeiras se enchem de flores roxas e róseas, e por isso tais árvores ganharam este nome. Não há nada que lembre tristeza nestes tons, que parecem explodir vida por toda a cidade.
Católicos ou não, dois pontos devem ser enaltecidos: a reflexão e a caridade – não no sentido de esmolas, mas na ajuda aos mais necessitados, inclusive com ações e sentimentos que levem paz, amor e força a quem precise. Não apenas nesses 40 dias, mas como uma prática frequente em nosso dia a dia.
Na correria do cotidiano, deixamos da fazer um balanço de nossas ações, de nossos erros e acertos. E muitas vezes sofremos, ora por reincidir nas falhas, ora por carregar a culpa e a mágoa – que a nada levam.
O momento de reflexão é uma limpeza interior, pessoal e intransferível. Sem ele, não é possível renovar, recomeçar, crescer, e viver dias melhores consigo e, conseqüentemente, com aqueles que nos cercam.
Tunico Vieira
Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo