A Celebração da Páscoa

A mais importante comemoração da cristandade vem a ser exatamente a Páscoa da Ressurreição, onde se festeja a volta, entre nós, do redivivo Jesus Cristo.

É possível, até, que cause estranheza essa menção, pois, para muitos, o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo deveria estar em primeiro lugar entre os festejos cristãos, exatamente porque esse acontecimento vem a ser a confirmação da antiga profecia que dizia que Deus viria a coabitar entre nós como ser humano.

Entretanto, é explicável que a festa da Páscoa tem um significado muito maior, exatamente porque a Ressurreição de Cristo veio comprovar que o homem, pela vontade de Deus, evidenciada através da Boa Nova, pode elevar-se da condição de ser humano para ser divino, com sua morte e também ressurreição.

Assim, tanto é verdade que Deus veio habitar entre nós, por meio de seu filho, como também é real que, ainda por meio dele, restou demonstrado que outra vida nos espera, depois desta, em um plano divino.

Diante desse entendimento, não há dificuldade em se reconhecer a maior importância da comemoração da Páscoa, reconhecida, embora, a relevância da Festa de Natal.

Mas, conforme se depreende, dos incontáveis escritos dos estudiosos, a Páscoa em que se celebra a ressurreição de Cristo tem ainda um outro significado, de grande relevo, que igualmente merece uma explicação.

Em verdade, a história do povo hebreu contém a ocorrência de duas “Páscoas”, palavra que possui o significado de “passagem”.

A primeira Páscoa, que os judeus comemoravam, e os israelenses comemoram até hoje, foi o grande acontecimento da história, qual seja a libertação da escravidão no Egito, consumada por Moisés, sob a orientação direta de Deus.

Essa é Páscoa que significa, precisamente a “passagem” da escravidão para a liberdade, a ida para a terra prometida, ou seja, por outras palavras, uma completa e definitiva mudança, para uma outra vida.

A Páscoa dos cristãos, que é chamada comumente de Páscoa da Ressurreição, é exata e realmente, passagem e mudança para também uma outra vida, definitiva e eterna, que Jesus Cristo garantiu para todos nós, com o seu ressurgimento.

Sendo obra de Deus, não se deve interpretar o fato de serem comemoradas as duas Páscoas na mesma ocasião, como um acaso.

Quando se recorda que Jesus Cristo ressuscitou no momento em que os judeus celebravam a sua Páscoa, há de se receber como o desígnio do alto essa simultaneidade.

A chegada da Páscoa, então, não deixa de ser uma festa que nos leve a pensar, serena e maduramente, a fazer uma revisão e uma mudança de vida e comportamento o que, sem dúvida, será melhor para nós e para aqueles que nos rodeiam.

Tunico Vieira
28/03/2002