Aprendendo com a União Europeia: a estabilidade global

Em continuação às minhas reflexões sobre a recente viagem ao Parlamento Europeu, gostaria de falar hoje sobre a preocupação dos países-membro da União Europeia para com a estabilidade mundial.

Em 50 anos, a UE congregou 27 países, que concentraram seus recursos econômicos e políticos a serviço tanto dos interesses próprios como da solidariedade global.

Num planeta cada vez mais interligado, apoiar o desenvolvimento econômico e a estabilidade política à escala mundial é investir no próprio futuro.

A UE colabora de forma estreita com outros países e organismos internacionais na luta contra o terrorismo, a criminalidade internacional, o tráfico de droga e a imigração ilegal, bem como na resolução de problemas mundiais – por exemplo, aqueles de ordem ambientais.

Duas de suas metas são reduzir a perda de vidas humanas e os custos econômicos. Desde 1990, já morreram cerca de quatro milhões de civis em conflitos por todo o planeta.

Sem contar os gastos gerados à comunidade internacional para resolver os conflitos, um montante que poderia ter sido utilizado para fins pacíficos, como melhorar as condições de alimentação e saúde de inúmeros povos que sofrem ao redor da Terra.

Assim, a UE está decidida a atuar mais eficazmente para impedir a eclosão de novos conflitos, e para isso criou a PESD – Política Européia de Segurança e Defesa.

Com a responsabilidade de recolher e analisar informações, além de monitorizar a aplicação de acordos internacionais, a PESD completa os instrumentos tradicionais das relações externas: a assistência técnica e financeira, o apoio ao reforço das instituições e da boa gestão em países em desenvolvimento, a ajuda humanitária e os instrumentos diplomáticos, como a mediação e o diálogo políticos.

A preocupação com a estabilidade global deveria ser vista com mais cuidado não só pela União Européia, mas por todos os que habitam este mundo globalizado, pois os conflitos podem eclodir tão rápido quanto viajam as informações.

Nesta Terra ainda tão divergente, 27 pares de olhos ainda podem ser poucos. Mas já são um excelente começo. O próximo passo pode ser seguir o exemplo.

Tunico Vieira

Tunico Vieira é professor-mestre da Universidade Metodista, advogado e vereador em São Bernardo do Campo