Escotismo conduz à Cidadania

O escotismo chegou ao país em 1910, trazido da Europa por oficiais da Marinha Brasileira. O movimento surgiu na Inglaterra, pelas mãos de Baden Powell, militar de carreira que havia viajado por quase todo o mundo, conhecendo e aprendendo com vários povos e tribos.

Powell tinha vasta experiência em treinamento de jovens. Mas a idéia de criar um acampamento surgiu quando, durante uma viagem pela Inglaterra, viu alguns meninos usando, em suas brincadeiras, um livro que ele havia escrito para exploradores do Exército. A obra continha ensinamentos sobre como acampar e sobreviver em regiões selvagens.

Em 1907, na ilha de Brownsea, ele realizou o primeiro acampamento. Vinte rapazes, de 12 a 16 anos, aprenderam sobre primeiros socorros, observação e técnicas de segurança para a vida na cidade e na floresta.

O resultado da experiência foi tão satisfatório que Powell começou a escrever o livro Escotismo para Rapazes, inicialmente publicado em fascículos que eram vendidos em bancas de jornais. A obra foi um sucesso, e em 1908 o militar resolveu organizar e fundar o Movimento Escoteiro.

O escotismo se espalhou rapidamente por vários países. Atualmente existem mais de 30 milhões de escoteiros em todo o planeta.

Aqui o movimento ganhou força em 1924, com a criação da UEB – União dos Escoteiros do Brasil – e seu reconhecimento como método de educação complementar.

Com sede em Curitiba, a UEB coordena e supervisiona hoje as atividades de mais de 70 mil crianças e jovens, de ambos os sexos, com idades entre 7 e 21 anos, que integram os mais de 1.200 Grupos Escoteiros existentes.

Os ensinamentos transmitidos pelo escotismo visam a construção de um ser integral, completo, ou seja, partem de uma base formada por três tipos de desenvolvimento:

Físico – por meio de exercícios e jogos ao ar livre;

Intelectual – através de conhecimentos gerais, oriundos de várias etapas, tais como cozinha, campismo, nós, natação e salvamento, primeiros socorros, regras de segurança, orientação, transmissão de sinais e estudo da natureza;

Moral – baseado na formação do caráter, desenvolvido a partir da compreensão do dever de cada um para com Deus, a pátria e o próximo.

São inúmeros os princípios defendidos pelo movimento: saúde, autodomínio, coragem, apreciação pela natureza, honra, lealdade, prontidão para ajudar o próximo, bondade, obediência, alegria, economia de recursos e limpeza. Amizade, responsabilidade e autoconfiança também são princípios importantes, desenvolvidos a partir do trabalho em equipe, na qual cada um recebe uma função.

Em São Bernardo do Campo, existem hoje sete Grupos Escoteiros. Cerca de mil crianças e jovens recebem os princípios e ensinamentos passados de geração para geração, renovando a esperança de um futuro no qual os cidadãos sejam mais ativos e conscientes de seus direitos e deveres.

Tunico Vieira
03/09/2004